domingo, 3 de abril de 2011

BBB - triste constação



Recebi esta imagem por e-mail a um certo tempo, não sei se realmente foi o José Neumani que escreveu, acredito que sim, a crítica é interessante, com é que um país subdesenvolvido consegue gerar tanta renda um programa onde não se faz nada além de assistir um grupo de pessoas trancadas, com muitas regalias em uma casa, vale apena conferir.




Triste constatação...

Por Jose Neumani Pinto 05/02/2006 às 17:47

29 milhões de ligações do povo brasileiro votando em algum candidato
para ser eliminado do Big Brother. Vamos colocar o preço da ligação do
0300 a R$0,30.

Então, teremos R$ 8.700.000,00. Isso mesmo!


CONSTATAÇÃO
- Rádio Jovem Pan

Oito milhões e setecentos mil reais que o povo Brasileiro gastou só esse
paredão. Suponhamos que a Rede Globo tenha feito um contrato "fifty to
fifty" com a operadora do 0300, ou seja, ela embolsou R$ 4.350.000,00.

Repito, somente em um único paredão...".

Alguém poderia ficar indignado com a Rede Globo e a operadora de
telefonia ao saber que as classes menos letradas e abastadas da
sociedade, que ganham mal e trabalham o ano inteiro, ajudam a pagar o
prêmio do vencedor e, claro, as contas dessas empresas. Mas o "x" da
questão, caro(a) leitor(a), não é esse. É saber que paga-se para obter
um entretenimento vazio, que em nada colabora para a formação e o
conhecimento de quem dela desfruta; mostra só a ignorância da população,
além da falta de cultura e até vocabulário básico dos participantes e,
consequentemente, daqueles que só bebem nessa fonte.

Certa está a Rede Globo. O programa BBB dura cerca de três meses. Ou
seja, o sábio público tem ainda várias chances de gastar quanto dinheiro
quiser com as votações. Aliás, algo muito natural para quem gasta mais
de oito milhões numa só noite! Coisa de país rico como o nosso, claro.

Nem a Unicef, quando faz o programa Criança Esperança com um forte cunho
social, arrecada tanto dinheiro.

Vai ver deveriam bolar um "BBB Unicef". Mas tenho dúvidas se daria
audiência.

Prova disso é que na Inglaterra pensou-se em fazer um Big Brother só com
gente inteligente. O projeto morreu na fase inicial, de testes de audiência.

A razão? O nível das conversas diárias foi considerado muito alto, ou
seja, o público não se interessaria.

Programas como BBB existem no mundo inteiro, mas explodiram em terras
tupiniquins. Um país onde o cidadão vota para eliminar um bobão (ou uma
bobona) qualquer, mas não lembra em quem votou na última eleição. Que
vota numa legenda política sem jamais ter lido o programa do partido,
mas que gasta seu escasso salário num programa que acredita de extrema
utilidade para o seu desenvolvimento pessoal e, que não perde um
capítulo sequer do BBB para estar bem informado na hora de PAGAR pelo
seu voto. Que eleitor é esse? Depois não adianta dizer que político é
ladrão, corrupto, safado, etc.

Quem os colocou lá?

Claro, o mesmo eleitor do BBB. Aí, agüente a vitória de um Severino
não-sei-das-quantas para Presidente da Câmara dos Deputados e a cara de
pau, digo, a grande idéia dele de colocar em votação um aumento salarial
absurdo a ser pago pelo contribuinte.

Mas o contribuinte não deve ligar mesmo, ele tem condições financeiras
de juntar R$ 8 milhões em uma única noite para se divertir (?!?!), ao
invés de comprar um livro de literatura, filosofia ou de qualquer
assunto relevante para melhorar a articulação e a autocrítica... Chega
de buscar explicações sociais, coloniais, educacionais. Chega de culpar
a elite, os políticos, o Congresso.

Olhemos para o nosso próprio umbigo, ou o do Brasil. Chega de procurar
desculpas quando a resposta está em nós mesmos. A Rede Globo sabe muito
bem disso, os autores das músicas Egüinha Pocotó, O Bonde do Tigrão e
assemelhadas sabem muito bem disso; o Gugu e o Faustão também; os gurus
e xamãs da auto-ajuda idem. Não é maldade nem desabafo, é constatação...



Retirado de
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/02/344663.shtml

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